top of page

Lado Belf - Parte 2

  • Foto do escritor: Dançarina
    Dançarina
  • 20 de mai. de 2018
  • 4 min de leitura

É melhor eu apresentar-lhes logo minha melhor amiga, afinal ela vai aparecer vez por outra nas minhas histórias: Nielissa.

Nos conhecemos quando fui morar com meu pai – que é (ou era?) padrasto dela. Ela foi a primeira amiga que fiz na vida. Ela foi minha primeira garota também. Era comum dormimos na mesma cama, embora tivéssemos quartos distintos. Ela, que sempre falava alto, sussurrou entre os lençóis:

— Você se toca?

Eu mexi a cabeça em afirmativo, um tanto envergonhada.

— E se a gente se tocar? Eu vi a mamãe tocando uma amiga dela dia desses. Acho que não tem problema.

Ficamos viciadas nisso. Meu pai descobriu tempos depois, pensei que ia levar a maior bronca. Mas ele só disse pra “ficar entre a gente” com uma piscadela cúmplice. Logo começamos a conhecer, sair e dividir garotos... mas eu só queria mesmo trepar e nunca mais; ela... ela esperava encontrar em todo e qualquer cara o príncipe que viria em um Draco de Arenito e... é, como naquelas histórias bobas que a gente sabe que não existem.

Com a maioridade, decidimos dividir um apartamento em Luaprata mesmo, pois cidade mais linda não há. Bem... o curioso é que eu encontrei um namorado decente para ela, da maneira mais tosca possível.

Eu fui a uma festa sozinha, há uns 3 mais ou menos. Ela ficou em casa na deprê por conta de um ex babaca. A festa estava horrível e eu me vi com problemas de achar um cara minimamente decente para colocar os assuntos em dia – e olha que meus requisitos nem estavam tão altos. Eu já estava meio bêbada quando vi um orc... bonito para um orc. Ao menos parecia limpo e cheiroso. Por que não?

— Ei, moço. Quer ir até minha casa em Luaprata me comer?

— Só se rolar cuzinho.

Perguntei se tinha um mago no recinto para nos abrir um portal e seguimos.

Quando chegamos ao meu prédio, sei lá, eu estava indecisa sobre realmente dar meu bumbum lindo praquele orc. Lembrei que tinha um pouco de pó hipnótico na bolsa. Cheirei um pouco. Ofereci para ele, que recusou. Recordo de subir as escadas, depois de mais nada. Talvez eu tenha cheirado mais do que devia; talvez tenha me enganado e usado outro pó. Só sei que apaguei lindamente.

Acordei no outro dia, na minha cama, ainda com o vestido que estava usando, mas sem sapatos e com a cabeça bem colocada no travesseiro. Minha cabeça doía um pouco e girava. Sentei e lancei um feitiço de cura para conseguir ir até a cozinha, tomar um café bem forte. De lá, ouvi risos e conversas. Me deparei com o orc e Nielissa, tomando café da manhã num clima super pós-coito.

— Olha quem acordou finalmente!

A voz dela feria minha cabeça.

— Não fala nada, por favor. Me pega um café.

Ela me serviu. O orc levantou se despedindo e ela o levou até a porta. Quando melhorei, ela me contou que capotei no sofá e eles me colocaram na cama. Ela ficou com pena do moço, que tinha dado viagem perdida. E deu o cuzinho para ele. E descobriu que ele era monge. E, depois de mais uma cerveja, sempre tinha vigor suficiente para mais uma trepada.

Foi assim que Grump entrou em nossas vidas. Eles começaram a namorar e vez por outra ela chega no meio da madrugada “miga, vem aqui me ajudar que sozinha não dou conta desse orc!”. Ele também sabe que Nielissa e eu transamos quando ele não está, mas não se importa. Só que o melhor dele é que, nos outros momentos, ele não está nem aí para mim. Fiquei apreensiva quando começaram a namorar e eu teria que mudar minha rotina de andar só de calcinha pela casa. Ele nem liga. Só me come quando a safada da namorada manda.

***

Bem, então vocês imaginam que naquele domingo após a taverna com Aendir, eu não queria encontrá-la. Tentei ser a mais furtiva possível e pensei ter conseguido, visto que – ao passar pelo corredor – a porta do quarto dela estava entreaberta e a vi cavalgando no orc. Ambos pareciam exaustos.

No meu quarto, tomei um banho. Abri bem a janela e comecei a consumir uns frascos de mana. Estava inquieta. Não demorou, ela abriu a porta. Reclamou porque eu estava muito viciada em poções. Não dei a mínima.

— Tem uma pra mim? — perguntou, aproximando-se da janela. Estava totalmente nua. Coloquei um frasco em suas mãos.

Viramos.

— Como foi a festa da guilda ontem?

— Normal. Bebi, dancei. Conheci um carinha.

— Carinha? Como assim? Me conta...

— Não sei... um carinha fofo, jovem.

— Um noob? Ah, miga, pela Nascente do Sol!

— Não... ele não é noob. Menos experiente sim, mas tinha uma maestria tão alta. Um jeito de me olhar, de me deixar nua com os olhos... parecia tão certo do que fazer, tão seguro... — então contei tudo que aconteceu.

— Esperaí. Você ficou com ele e continua pensando nele? Oh, não!

— “Oh, não!” o quê, criatura?

— Alexia está apaixonada!

— Eu? Lógico que não! Estou curiosa, só isso.

— Sei, sei... vamos dormir.

Terminamos as poções. Ela deitou na minha cama, abraçando-me. Ainda perguntei se ela não ia dormir com Grump. Ela sorriu e se aninhou mais no meu peito. Dormimos assim.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Lado Belf - parte 3

Aendir virou uma obsessão. Eu pensava nele sempre. E tive a certeza de que precisava fazer algo em relação a isso quando, transando com...

 
 
 

Comments


Faça parte da nossa lista de emails

bottom of page